Espalhados por quatro cantos do mundo, cá estamos nós para partilhar experiências...de vida, de trabalho, de culturas diferentes, enfim...Portanto toca a contar histórias! Lisboa, Amsterdam, Paris, New York, London...para já são estes os pontos de referência...quem sabe se não aparecerão outros!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Caríssimos e Caríssimas

Caríssimos e Caríssimas,

é com grande prazer que me junto a vós nesta fuga incansável. Prometo fotografias e novidades em breve mas agora vou dormir que já é quase meia noite e tenho de me habituar aos horários helvéticos (diz que começam a trabalhar ás 8:30.....).

Com os melhores cumprimentos

Rafa Girafa

Temos nova fuga

Alo rafael, já te mandei um convite (para o teu hotmail) para tb seres autor do arquitectosemfuga. Contamos pois com muitas histórias, aventuras e desventuras e queremos MESMO saber de tudo. beijinhos e boa sorte nesse teu novo caminho

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Amjad no CCb




"“Mesmo aqueles que não se sintam familiarizados com estas peças, recordarão de imediato os seus temas”, diz Édouard Lock. E tem razão. Inspirando-se em referências comuns a todos os bailados, como o Lago dos Cines ou A Bela Adormecida, o coreógrafo fundador e director da companhia canadiana La La La Human Steps desconstrói algumas passagens destes bailados numa nova linguagem que conjuga tradição e contemporaneidade. Conhecida por ser uma companhia audaciosa e de coreografias ecléticas, a La La La Human Steps questiona em Amjad a memória cultural colectiva, sob um pano de fundo arrojado, moderno e desconcertante.

A acompanhar Édouard Lock, está o compositor David Lang que, com o seu trabalho de reorquestração dos clássicos, nos surpreenderá ao confrontar as melodias do passado com os ritmos acelerados dos nossos dias."

E assim foi, belo, exímio na forma, na luz, soberbo na técnica e apaixonante na imagem. É bom saber que por cá ainda aparecem coisas boas.

Só o sítio é que foi mal escolhido e está para breve o dia em que deixo de ver espectáculos no 2ºbalcão, para me sentar antes na 1ªplateia bem pertinho dos ilustres e entendidos. Pode ser na 2ªplateia vá...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Portugal contra Portugal


Não consegui deixar de postar este artigo que li hoje no expresso. Dá que pensar...

http://clix.expresso.pt/portugal_contra_portugal:_zero_a_zero=f494888

"Leiam este texto: "Mais do que qualquer outro país na Europa, Portugal tem uma elite envelhecida e dominada por homens que sufoca a iniciativa e a mudança de modo a perpetuar o seu poder. Portugal tem dos níveis mais baixos de participação das mulheres na política e em posições superiores no mercado de trabalho. Quando políticos estabelecidos perdem uma eleição são reciclados em posições administrativas em empresas privadas e públicas, ou nas autarquias, ou na administração do Estado, ou no Parlamento Europeu.

O resultado é uma deprimente falta de renovação nas instituições públicas. Isto não se aplica apenas à política. As universidades, por exemplo, que deviam ser uma parte essencial da economia da informação, funcionando como centros de inovação, investigação e meritocracia, são um bastião de privilégio e apadrinhamento em que as decisões de contratação não são abertas e justas e são, por rotina, dependentes de uma teia de amigos, relações ou marionetas dos 'barões'.

Neste sistema, os estudantes mais brilhantes e ambiciosos, que ganham bolsas para universidades americanas ou inglesas, são muitas vezes tratados como se os anos que passaram fora estivessem perdidos, a não ser que regressem a Portugal para engrossar a fila de pedidos e concorrer ao favor dos barões. O resultado é a fuga de cérebros. (...) Cada vez mais se nota que em Portugal as burocracias egoístas mantêm o seu poder através de uma selva de regras ultracomplicadas e regulamentos que tornam as coisas imensamente difíceis de resolver, consumidoras de tempo e dispendiosas.

Abrir um negócio custa mais dinheiro para obter as necessárias autorizações e envolve mais de dois meses de saltos sobre duas dezenas de obstáculos burocráticos. Na Grã-Bretanha custa 381 euros, quatro dias e cinco procedimentos, e nos Estados Unidos custa 167 euros, quatro dias e quatro procedimentos. Completar uma grande empreitada pública em Portugal consome uma média de 2137 dias, um pouco menos de seis anos. Espanha levou apenas três anos para alargar a rede de metro de Madrid em 56 quilómetros com a construção de oito estações de transfer e 28 estações normais. Construir comboios de alta velocidade custa mais do que em França ou Espanha, e os comboios que existem são lentos. (...)

Um sistema tão moroso e pesado como este parece loucura, mas existe método na loucura. A multiplicação de procedimentos, autorizações, regras e engarrafamentos burocráticos cria um número extraordinário de pontos de pressão através dos quais o governo pode controlar, adiar, matar ou fazer avançar um projecto. Cada um deles é uma oportunidade para um burocrata ou político exercer o seu poder e apadrinhamento, para garantir ou pedir favores. Uma auto-estrada que custa duas vezes mais tem vantagens decisivas, não apenas para os políticos meterem luvas ao bolso mas para todos os que intervêm no processo. Não corre assim tão bem para o resto do país, que tem de lidar com as infra-estruturas de segunda ordem, desde portos mal administrados a auto-estradas, caminhos-de-ferro, telemóveis e electricidade mais caros - a adicionar aos impostos elevados, maus serviços públicos e um sistema de promoções que se tornou o contrário da meritocracia. Não espanta que Portugal esteja onde está no Índice Global de Competitividade. Não se trata apenas de um problema de corrupção institucionalizada. O problema é mais fundo. (...)

Em cada grupo da sociedade existe uma tendência para formar uma 'ordem' ou corporação onde a lealdade de grupo derrota qualquer sentido do bem comum. (...) Veja-se a situação da Educação. (...) Os grupos resistem a deixar que outra corporação, nomeadamente a magistratura, penetre ou interfira com a sua estratégia de grupo. Atravessando o espectro ideológico, estão grupos de pressão de todas as espécies que conspiram para tornar a acção impossível. (...) E o declínio económico de Portugal é já visível. (...) Num mercado envelhecido e protegido, as ligações ao establishment político conferem vantagens decisivas."

Parece uma descrição de Portugal, mas não é. É da Itália. O texto de Alexander Stille saiu na "New York Review of Books" de 4 de Dezembro de 2008, na recensão a três livros sobe o "problema italiano". Um chama-se "Deriva - Porque a Itália Arrisca o Naufrágio", outro chama-se "O Medo e a Esperança", o terceiro chama-se "Se os Conheces, Evita-os", em tradução literal.

Bastou substituir a palavra Itália por Portugal e o texto aplica-se ipsis verbis ao nosso modelo de desenvolvimento e governação. E ao nosso declínio. O texto tem como título "Itália contra ela própria". Podia chamar-se Portugal contra Portugal. Zero a zero no marcador." Clara Ferreira Alves

domingo, 1 de fevereiro de 2009

White



My street... in white